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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Telma Weisz: "A culpa pelo fracasso não é do aluno"

A educadora critica os professores que insistem na cartilha para alfabetizar e diz que é preciso aprender a ensinar de outra forma


 
 
Foto: Masao Goto Filho
Telma Weisz
Foto: Masao Goto Filho
Mais de 40% das crianças brasileiras que ingressam na 1a série do Ensino Fundamental não são aprovadas, de acordo com dados do Ministério da Educação (MEC). Ao final de um ano de aulas, elas não aprenderam a ler e a escrever. É contra essa maré de fracasso que rema a educadora carioca Telma Weisz. Doutora em Psicologia da Aprendizagem pela Universidade de São Paulo (USP), uma das criadoras dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa de 1ª a 4ª séries e consultora do MEC para projetos de formação de professores, Telma considera-se uma privilegiada porque teve como um de seus orientadores a argentina Emilia Ferreiro, co-autora (junto com Ana Teberosky) de Psicogênese da Língua Escrita*, livro considerado um divisor de águas na história da alfabetização. Aos 55 anos e mãe de um casal de filhos, Telma integra o Comitê Técnico do Crer para Ver, da Fundação Abrinq, é consultora da Fundação Kellog e trabalha no projeto pedagógico da escola mantida pelo Projeto Axé em parceria com a prefeitura de Salvador. Nesta entrevista, ela mostra que existe, sim, um caminho para acabar com a evasão e a repetência nas escolas.

O que mudou no modo de ver e ensinar a alfabetização?
Telma Weisz: Antigamente se imaginava que para ler era preciso primeiro aprender o sistema de escrita e, então, começar a interpretar textos. Hoje sabemos que a capacidade de leitura não depende do conhecimento do valor sonoro de cada letra ou de saber juntar uma letra a outra. É preciso conhecer as características da linguagem escrita, que mudam conforme o gênero do texto. Não basta saber ler "Vovô viu a uva" para entender um jornal. É preciso conhecer esse tipo particular de linguagem.
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Essa visão está presente nas salas de aula?
Telma: Infelizmente, não. Muitas crianças continuam sendo alfabetizadas pelo método tradicional, que é terrivelmente cego e empobrecedor. Para elas, os atos de ler e de escrever não fazem sentido. O professor apenas reproduz a seqüência que está na cartilha: leitura, cópia, treino de famílias silábicas e coisas do tipo. E o aluno faz o que o professor pede porque não tem opção além de aceitar as regras do jogo.

Quais são as conseqüências de ser alfabetizado dessa maneira?
Telma: As piores possíveis. Durante os quatro primeiros anos do Ensino Fundamental, a maioria dos professores continua alheia às mudanças previstas nos Parâmetros Curriculares. Eles não ensinam os alunos a ler diferentes tipos de texto só martelam a cartilha. A partir da 5ª série, no entanto, a adaptação está sendo mais rápida e a escolaridade já depende da capacidade do aluno de aprender a aprender. Na vida real, o que se vê é um professor de História da 6ª série, por exemplo, distribuir um texto em sala. Os alunos lêem, mas não entendem nada, e alguns são reprovados. Daí, cria-se um jogo de empurra. O professor de História acha que não é obrigação sua ensinar o menino a ler e culpa o de 1ª a 4ª. Esse, por sua vez, engana-se ao acreditar que não tem de ensinar a ler textos históricos. Enquanto isso, o pobre do estudante fica ao deus-dará.

Existe diferença entre aprender a ler e ser alfabetizado?
Telma: Há cerca de trinta anos, alguém que dominava a capacidade de decodificar, que reconhecia letras e palavras, ainda que não fosse capaz de ler e usar a escrita de uma forma útil para sua vida, estava dentro do chamado analfabetismo funcional. A pessoa fazia as primeiras quatro séries do Ensino Fundamental e, no final, só sabia assinar o nome, tomar um ônibus ou, quem sabe, ler um bilhete. Mas ela não era um usuário da escrita e na vida cotidiana não conseguia extrair sentido das palavras nem colocar ideias no papel por meio do sistema de escrita, como acontece com quem realmente foi alfabetizado.

Qual é o papel da literatura infantil na alfabetização?
Telma: É fundamental. Grandes escritores dedicaram-se e continuam se dedicando a escrever textos para crianças. Mesmo que elas não saibam ler, porque sempre há alguém para fazer isso. O contato com a literatura desde os primeiros anos de vida é essencial para semear o interesse pela linguagem escrita. Acredito, porém, que devemos tomar muito cuidado com o que se convencionou chamar de material paradidático. Esses textos se baseiam na visão de que é preciso escrever de forma simplificada, tanto do ponto de vista textual como do fonológico, para que os pequenos possam ler sozinhos. Ou seja, é uma concepção que casa com a da cartilha, de que ler é apenas combinar letras. Para mim, isso não é literatura.

O que a senhora acha das classes de alfabetização, prévias à 1ª série?
Telma: Essas classes, que funcionam em muitos Estados do Norte e do Nordeste, seguram os alunos fora do ensino regular até que eles aprendam a ler. Isso é um crime. Há crianças com idade para estar na 3ª série que continuam nessas classes. A 1ª série tem de ensinar a ler, se a criança ainda não tiver aprendido. Caso não consiga, o trabalho deverá continuar na 2ª série. Nós, professores, temos a obrigação de dar mais ensino ao aluno que precisa. A escola é o lugar onde as pessoas são ensinadas, e se não aprendem a culpa não é delas.

Como ensinar melhor, então?
Telma: No caso específico da alfabetização, Emilia Ferreiro mostrou como todos nós damos os primeiros passos no mundo da escrita e como as ideias vão sendo progressivamente transformadas pelo próprio esforço de entender esse sistema. Ela provou que o conhecimento é construído. Sabendo disso, o professor deve observar os trabalhos de seus alunos e entender em que momento do processo cada um está. Só assim será possível oferecer o ensinamento correto. A alfabetização tradicional não leva em conta o conhecimento que cada criança domina. Trata todas como iguais e ocas, um vazio a ser preenchido.

É como se a escola ignorasse que as crianças também aprendem fora da classe, não?
Telma: Sem dúvida. Quando a criança tem a possibilidade de participar ou mesmo observar situações em que a escrita e sua linguagem específica estão presentes, ela vive num ambiente alfabetizador. É preciso, no entanto, tomar cuidado com a expressão "ambiente alfabetizador". Muita gente, com a melhor das intenções, confunde a ideia. Não basta encher a classe com coisas escritas nas paredes. É muito mais do que isso.

Alguns professores de 1ª série reprovam alunos que cometem erros de ortografia. É correta essa atitude?
Telma: Não, porque o aluno está no meio do processo. No início, ele acredita que a escrita está ligada a desenhos. Depois, compreende que é preciso usar letras, mas muitas vezes associa o número de letras à quantidade de sílabas. Chegar à fase alfabética e entender que para formar o som "ba" são necessárias duas letras é um estágio importantíssimo, mas não o final. Ainda falta aprender ortografia e pontuação. E isso só é possível lendo textos. Textos verdadeiros, livros, jornais, revistas não aqueles inventados para ensinar a ler. Por essa razão o Ensino Fundamental tem oito anos. Existe uma idéia estapafúrdia de que, quando o aluno domina a escrita alfabética, a ortografia e a pontuação têm de vir junto. Se fosse assim, o que fariam os professores da 2ª à 8ª séries?

Essas ideias sobre a alfabetização foram desenvolvidas por Emilia Ferreiro há vinte anos. Elas continuam sendo as mais avançadas?
Telma: Na área da aquisição da linguagem escrita, nada foi construído depois. Não se faz uma revolução conceitual todo mês. É uma mudança de paradigma que acontece em intervalos de tempo muito grandes. Quando li Psicogênese da Língua Escrita, tive a sensação de estar diante de um acontecimento histórico.

A senhora foi uma das divulgadoras dessas ideias no Brasil. Que impacto elas produziram nessas duas décadas?
Telma: No começo dos anos 80, esses conceitos entraram no país diretamente via escola pública, graças ao esforço de um grupo de pessoas que viam neles um instrumento poderoso para ajudar as crianças a superar uma tradição de fracassos. Pensávamos que apenas anunciando a boa nova provocaríamos uma grande transformação. Isso de fato ocorreu na rede estadual de São Paulo e em Porto Alegre. No resto do país, a mudança está sendo lenta, por causa de sua própria natureza, mas também não está tendo a profundidade que deveria. Muitos professores conhecem as idéias de Emilia, mas isso não se reflete em sua prática de sala de aula. É preciso penetrar no que eu chamo de imaginário profissional do professor para impulsionar uma modificação significativa.

Como fazer isso? Telma: É essencial mudar a formação dos professores. Recentemente, conseguimos reconhecer que a escola produz analfabetos. Falar isso há dez anos gerava um desconforto insuportável. A escola que reprovava muitos alunos era vista como boa. Hoje, como incompetente. A função da escola é ensinar. Só que muitos professores que estão formando os novos colegas não sabem desenvolver uma prática diferente da apresentada na cartilha. Já existe uma proposta de prática pedagógica testada e avaliada. A diferença em relação à cartilha é que ela não pode ser oferecida aos estudantes de Pedagogia no formato de um método do tipo "faça isso e aquilo". Essa nova proposta exige que o professor pense, reflita sobre seu trabalho. Os estudantes lêem textos sobre Emilia Ferreiro na universidade, mas têm orientações mínimas, absolutamente insuficientes, sobre o que fazer em sala de aula. Quando chegam à escola para lecionar, acabam se pautando pela tradição. O que guia suas mãos é a prática de quem os formou do jeito errado.

Por que é tão importante ser alfabetizado?
Telma: O domínio da leitura e da escrita está diretamente relacionado à progressão da escolaridade, que, por sua vez, está diretamente ligada à cidadania. O mundo do analfabeto é muito pequeno. Quem tem acesso a notícias apenas via televisão tem menos condições de exercer a cidadania, no sentido de conhecer direitos e deveres, do que quem lê jornais, revistas e livros. Sem falar na internet, o meio de comunicação mais avançado, que tornou novamente fundamental o conhecimento da escrita. A questão da cidadania passa pelo direito à informação e pela possibilidade de ter voz. E a voz, nesse caso, é a escrita.

A questão chave, assim, é a cidadania?
Telma: Sim, mas não é a única. Existe uma pressão social para aumentar e melhorar o acesso à educação. Há trinta anos era possível sobreviver no mundo do trabalho com um parco conhecimento da escrita. Quantas pessoas que não sabiam ler estavam à nossa volta, nessa época? E hoje? Viver sem ser alfabetizado é impossível num mundo em que os anúncios de emprego pedem faxineiro com Ensino Médio completo.

Em quanto tempo o Brasil deve erradicar o analfabetismo?
Telma: Duvido que alguém se arrisque a fazer uma previsão exata, por mais que o analfabetismo esteja acabando. Só digo que o meu sonho é viver o suficiente para ver um Brasil com taxas de analfabetismo semelhantes às da Europa e dos Estados Unidos.


Referência:
Telma Weisz, Doutora em Psicologia da Aprendizagem pela Universidade de São Paulo(USP).
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ALFABETIZAÇÃO

Contar histórias, deixar bilhetinhos na geladeira, fazer lista de compras em voz alta - essas são apenas algumas ações que ajudam na alfabetização das crianças

 
Foto: Dreamstime
Foto: criança
Elementos do dia-a-dia, como receitas culinárias e contos infantis, também ajudam na alfabetização de uma criança
 
 
 
Você sabia que os pais também podem ajudar na alfabetização de seus filhos? Isso mesmo! Mas não se preocupe, pois não se trata de ter de ensinar formalmente a criança a ler e a escrever, função esta do professor. Você pode, isso sim, tornar o ambiente de convivência da criança repleto de atos de leitura e escrita, de forma a inseri-la desde cedo no mundo das letras. Em suma, deixar o ambiente doméstico mais alfabetizador. "Isso acontece quando, por exemplo, a mãe deixa bilhetinhos na porta da geladeira, apontando a finalidade do ato para a criança: ‘vamos deixar esse recadinho para o papai avisando-o que iremos nos atrasar para o jantar’. Ou quando, antes de começar um novo jogo (de tabuleiro, por exemplo), ela propõe ao filho que eles leiam as regras juntos", exemplifica a educadora Cida Sarraf, que leciona no curso de pedagogia do Centro Universitário Salesiano e da Faculdade Mozarteum, ambos em São Paulo.

Maria Claudia Sondahl Rebellato, assessora pedagógica na produção de material didático em Curitiba-PR, acredita que, quando a criança é inserida nessas atividades rotineiras, ela acaba percebendo a função real da escrita e da leitura, e como elas são importantes para a nossa vida. E, dada sua curiosidade nata, ela vai querer participar cada vez mais e buscar o conhecimento dos pais.

A criança que cresce em constante contato com a leitura e a escrita acaba se apropriando da língua escrita de maneira mais autoral e adquirindo experiências que vão fazer a diferença na hora de ela aprender a ler e a escrever efetivamente. "Isso explica o fato de, numa mesma sala de 1º ano, professores se depararem com algumas crianças praticamente alfabetizadas e outras que sequer entendem a função do bilhetinho na porta da geladeira ou que a linguagem escrita se relaciona com a oral, porque viveram experiências muito discrepantes em casa", argumenta Cida Sarraf. 

Novas Tecnologias na Arte de Alfabetizar e Letrar

A Alfabetização, de acordo com SOARES, 1998, é a ação de alfabetizar e tornar o indivíduo capaz de ler e escrever. Quando se fala em crianças de cinco e seis anos, isso ficará muito interessante se essa alfabetização for feita a partir de textos envolventes e motivadores.
Letramento vem da palavra literacy (origem inglesa), que é a condição de ser letrado, educado, que tem a habilidade de ler e escrever, mas que também faz uso competente e frequente da leitura e da escrita. Fica a palavra letramento definida como o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita e o estado ou condição que adquire um grupo social ou um individuo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas praticas sociais.
Para FERREIRO:
...percebe-se que o processo de leitura não provém somente da memorização, e sim um conhecimento de natureza conceitual; precisa compreender não só a sua representação, mas sua função social; deve compreender as varias nuances e funcionalidades da leitura; ler por ler, por prazer, para se informar, para criticar, estabelecer relações, para estudar, para entender algo, para escrever de maneira mais autônoma, para conversar, dentre outros. (FERREIRO, l993, p.51)
Nesse contexto é que se faz muito importante valer-se das novas tecnologias para além de incluir a criança nesse novo mundo, que é digital, também possibilitar que essa vá se apropriando da linguagem escrita de maneira rica e prazerosa. Rica em diversidade, contidas nos recursos tecnológicos existentes; e prazerosa, pois é através do lúdico que a criança dessa idade aprende.
Continua FERREIRO afirmando:
...aprende-se mais inventando formas e combinações do que copiando, aprende-se mais tentando produzir junto aos outros uma representação adequada para uma ou várias palavras, do que fazendo sozinho, exercícios de listas de palavras ou letras. (FERREIRO 1995, p.12)
Ler não é somente decodificar convertendo letras em sons, mas tem de passar pela compreensão do que foi lido. Em resumo, é preciso aprender ler, lendo. E a partir de um contexto, ou seja, do que a criança já sabe, ela se posiciona em relação à escrita e o significado desta, conhecendo a correspondência fonográfica, a natureza e o funcionamento alfabético, ampliando-se a prática da leitura. Com isso, será garantido que o tempo todo ocorra operações mentais de análise e síntese.

Referências Bibliográficas:
-Soares,(1998);
-Ferreiro,(1993, p.51);
-Ferreiro,(1995, p.12).

domingo, 30 de outubro de 2011

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sábado, 29 de outubro de 2011

                               Letramento e Alfabetização

“É necessário ir além da simples apropriação do código escrito;
é preciso exercer as práticas sociais de leitura e escrita demandadas nas diferentes esferas da sociedade.
Assim, o conceito que ganha espaço e nova dimensão no mundo da escrita é o letramento.
Não se trata de uma nova palavra, mas da emergência de um fenômeno até então não discutido em profundidade: o uso que é feito da leitura e da escrita pelas pessoas que passam ou passaram pela escola.
O termo letramento, referindo-se à prática social da leitura e da escrita, vem juntar-se ao conceito de alfabetização no sentido de se dar conta não apenas da dimensão do processo de apropriação do código da escrita, mas das conseqüências desse conhecimento na vida dos indivíduos.”

O termo letramento passou a ser usado no meio
educacional a partir da década de 80.
Um grande desafio no processo de aprendizagem da Língua Portuguesa é ter bem claros os conceitos de alfabetização e letramento, sabendo que cada um deles tem suas características.
Alfabetização é entendida como processo de apropriação do sentido da escrita, e o Letramento é o processo de inclusão e participação na cultura escrita envolvendo o uso da língua em situações reais. Isso quer dizer que é necessário haver conhecimentos, atitudes e capacidades que possibilitem a pessoa “entender” aquilo que está lendo.
O letramento e a alfabetização precisam andar juntos, pois a alfabetização é essencial para que o indivíduo se torne letrado, mas, apesar de serem inseparáveis, exigem formas de aprendizagem e procedimentos diferenciados de ensino. O processo de alfabetização se faz por meio da escolarização do aluno e o processo de letramento se faz no decorrer da vida.
Podemos encontrar sujeitos que são escolarizados, mas não entendem o que lêem, decifram somente o código, estes são alfabetizados e não letrados.
Por isso o grande desafio é o professor trabalhar no intuito de alfabetizar e letrar o indivíduo, possibilitando ao aluno que ele se aproprie do sistema lingüístico e consiga usar a língua na prática social da leitura e escrita.
Diante disso, no processo de alfabetizar letrando, o professor como mediador do processo precisa respeitar o desenvolvimento natural do aluno,
os diferentes modos de aprender, e conhecer também o contexto social em que este aluno está inserido.
O professor-mediador necessita ter um perfil para ser um professor alfabetizador veja alguns critérios que orientarão na escolha e na atuação deste profissional:
  • aceitar sua identidade profissional e valorizar seus conhecimentos e saberes sobre o processo de alfabetização;
  • administrar sua própria formação;
  • desenvolver continuamente sua competência de leitor e escritor;
  • questionar constantemente seu trabalho;
  • ser pesquisador;
  • socializar o seu trabalho;
  • envolver-se em trabalhos coletivos e compartilhados;
  • participar de processos de formação continuada;
  • valorizar os conhecimentos prévios dos alunos;
  • respeitar as capacidades e habilidades já desenvolvidas pelos alunos;
  • planejar, desenvolver e avaliar situações contextualizadas de ensino e aprendizagem na alfabetização;
  • valer-se de novas tecnologias da comunicação e da informação;
  • diagnosticar as dificuldades e problemas enfrentados pelos alunos, para intervir, interagir e mediar o processo de elaboração e apropriação da leitura e da escrita;
    Etc.
Estes critérios colaboram para a formação do professor alfabetizador,que trabalhados em conjunto facilitam e tornam reais a proposta de alfabetizar letrando.

domingo, 23 de outubro de 2011


 
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LETRAMENTO

                                  INTRODUÇÃO

O direito à saúde significa, entre outras coisas, o direito de todo indivíduo a uma atenção médica atualizada, de acordo com os avanços científicos e técnicos dessa área profissional.
"O direito à educação não pode significar menos do que isso."

                                                     Emília Ferreiro

Ensinar a ler e a escrever continua sendo uma das tarefas mais especificamente escolares.Um número muito significativo de crianças fracassa já nos primeiros passos da alfabetização.O objetivo deste meu trabalho é demonstrar que a aprendizagem da leitura, entendida como questionamento a respeito da natureza, da função e do valor desse objeto cultural que é a escrita, inicia-se muito antes do que a escola o imagina, transcorrendo por insuspeitados caminhos.
É possível demonstrar que, além dos métodos, dos manuais, dos recursos didáticos, existe um sujeito buscando a aquisição  de conhecimentos;sujeito esse que se propõe problemas e trata de solucioná-los, seguindo sua própria metodologia.Trata-se de um sujeito que procura adquirir conhecimento, e não simplesmente, disposto a adquirir uma técnica particular.
Dentro dessa perspectiva, procura-se instigar no professor(a) o anseio de mudança, partindo do pressuposto que é possível inovar, desde que se reflita sobre sua prática pedagógica, buscando harmonizar os avanços teóricos, com uma prática significativa.

                                   A LEITURA E SUAS IMPLICAÇÕES

A leitura é um processo amplo e complexo que abrange a decodificação de sígnos e de compreensão intelectual do mundo.É a forma primordial de enriquecimento da memória, do senso crítico e do conhecimento sobre os diversos assuntos acerca dos quais se pode escrever.E é pela leitura que iremos construir uma ligação muito forte com a escrita.
A compreensão da leitura depende da relação entre os olhos e o cérebro, processo que há longo tempo os estudiosos procuram entender.Nas última três décadas houve um avanço significativo nesse campo, mas ainda não conseguimos desvendar inteiramente a complexidade do ato de ler.O processo de leitura depende de várias condições:
  • Habilidade;
  • Estilo Pessoal do Leitor;
  • Objetivo da Leitura;
  • O nível de conhecimento prévio do assunto tratado;
  • Nível de Complexidade oferecido pelo texto;
  • O conhecimento prévio do leitor.
Uma criança ainda não alfabetizada pode ter as melhores informações a respeito do assunto tratado em um texto, mas, mesmo assim, não será capaz de ler, pois não dispõe dos recursos de decodificação necessários à leitura.Aquela tem conhecimento prévio, mas não é capaz de desvendar a informação captada pelos olhos.O contrário também ocorre:às vezes o leitor domina a linguagem escrita, mas por falta de familiaridade com o assunto tratado, acaba não conseguindo compreender o texto que tem diante dos olhos.

Como SOLIGO ressalta:

"A Leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto a partir que está buscando nele, do conhecimento que já possui
 a respeito do assunto, do autor, e do que sabe sobre a língua - Característica do gênero, do portador e do sistema de escrita.Ninguém pode extrair informações do texto decodificando letra por letra, palavra por palavra."

Referências Bibliográficas:

Emília Ferreiro.Psicogênese da Língua Escrita.1984;
Rosaura Soligo.Apostila para ensinar a ler.(PROFA)Programa de Formação de Alfabetizadores.